A Minha Selva Parisiense

Porém, entre essa parede e o vidro da janela existe um pequeno espaço onde estão uns vasos com plantas tropicais de plástico - imagino - qie fingem crescer de vez enquando. É a minha selva parisiense.
A pequena selva parisiense que Rousseau criou pra mim.
A diferença é qeu no meu jardim não existem tigres que caçam, não há nem negros, nem índios e muito menos Eva; Na minha selva não há uma encantadora de serpentes.
São apenas plantas de plástico.
Com algum esforço dá pra ver um pedacinho do céu e os seus temperamentos. Em certos dias dá pra ver a lua, quanto tá cheia, uma certa áurea invade o pequeno espaço selvagem dando uma sensação de sonho, mas ainda assim, nada como o sonho de Rousseau, onde elefantes e passaros exoticos habitam, onde há uma indigena que toca flauta e as serpentes escutam-na, encantadas, e uma mulher adormece ao suave som do instrumento que se perpetua pelo ar.
Na minha selva parisiense nada acontece.
Na minha selva parisiense.
Quando chove, o vidro fica coberto por gotas, distorcendo a imagem exterior transformando o plástico naíve num jardim de Monet.
E assim, sem sair do meu pequeno quarto com a grande janela, conheci a imaginação de Rousseau e a visitei as paisagens de Monet.
heh...
by Princesa Sisi
(inspirado nos quadros e pinturas de Henri Rousseau e Claude Monet)